Da interminável e densa e intensa batalha entre memória e história, o que resta são palavras. Só palavras.
Serão eventualmente garimpadas nos escombros do futuro. Estão convidados, porém, a revirar hoje o blogue pelo avesso.
12 de set. de 2009
OPERETA
Caio Martins
(cvm - teatro de vicenza/venetto - em "mulher, imagens e poemas" 1998)
Estarás sempre assim
com teus olhos tristes
tua boca de pejo
num palco de ausente orquestra
flutuando entre os fantasmas
de teus fantasmas
num teatro
esquecido do mundo...
Dizendo querer beijar, dizendo
querer, no fundo,
mais e mais fundo, para então
entre soturnas sombras
de tuas sombras
se lamentar.
Estarás sempre assim
com teu jeito leve
imponderável
de mito em cenário opaco
e quando eu esperar lágrimas
por certo irás rir
cantar
dançar.
E direi sempre que ao instante
previsto e desconcertante
ao te revelares só mulher
outro dilema virá, enfim
sob a música de teus lamentos
de fêmea
dissipando o espetáculo
devagar...
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Nada, como o canto da soprano, se iguala tanto ao canto da mulher em êxtase... Na opereta reúne riso e pranto, prazer e dor, o poeta traçou a cena com muita sensibilidade e competência.
ResponderExcluirLindo, quando se espera algo se recebe outro impacto..
ResponderExcluiressa maestria de sermos surpreendidos que nos fascina..
beijos..
Guilherme, fazemos o que podemos e somos o que fazemos. Importa não mistificar e tentar sempre internalizar o sentir alheio e próprio. Às vezes, esse dueto apresenta resultados imprevistos...
ResponderExcluirChris, seu poema "Manipulação", lançado no Boteco, é o outro lado deste. Formam bela dupla...