Da interminável e densa e intensa batalha entre memória e história, o que resta são palavras. Só palavras.
Serão eventualmente garimpadas nos escombros do futuro. Estão convidados, porém, a revirar hoje o blogue pelo avesso.
7 de set. de 2009
ETÉREA
Caio Martins
(img: cvm - lecazul - em “mulher, imagens e poemas” - 2001.
Por que fui querer assim
essa mulher de mistérios
que fala de amores perfeitos
e das sombras uiva à Lua
em cio, fogo, desconcerto...
Por que, querer assim essa mulher
perder o sono, a sede, a fome
ficar transtornado de desejo
se a sei eterna, louca, desconforme
e me desfaz em cacos, quando a vejo...
Ah! por que fui querer assim
essa mulher imprevista e fugidia
que oscila entre fuga e reconquista,
que me retalha e consome, feito
um anjo perdido, uma vadia...
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Depois que a paixão se instala ferrou com qualquer um e a fotoarte é capaz de fazer qualquer um se apaixonar.... A garota é linda demais!!
ResponderExcluirOtávio de Castro - RS
Eita, Caião! Pegou pesado. Esta paixão foi sofrida! Eu compreendo. A Vida não teria a menor graça sem o amor...
ResponderExcluirAbraço
Jorge
Otávio: obrigadão pela visita e o pitaco, realmente paixão é coisa complicada. Quanto à ilustração, Leca é uma das melhores pessoas que conheço, e gentilmente cedeu o material para a arte, o que é um privilégio. Volte sempre.
ResponderExcluirJorjão: esse texto teria música, no melhor estilo de bolero brega, depois não aconteceu. Escrito depois de ouvir longa história de dor de cotovelo, num boteco. É parte de uma exposição de poemas sobre imagens, o "Mulher, imagens e poemas", feita pelo Pró-Memória de São Caetano do Sul em 1999. Bom, que gostou. E, como vai de "tuiti"?
Belo poema, Caio. Mas chamá-la de vadia não é justo não...rss...afinal, ela é tão intensamente amada exatamente por ser assim. Ou não? ;-)
ResponderExcluirBeijos
Márcia
Márcia: Há um verso de Fernando Pessoa, que diz assim:
ResponderExcluirO poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
Muitas vezes ou quase sempre, incorporamos a dor alheia. Esses estados lastimáveis, bem bolerosos ao estilo de Adelino Moreira, são caricatos porém extremamente dramáticos. Ou o anjo perdido vira um canalha, ou uma "vadia" - culpado ou inocente. Livrai-me, musas e deuses, de cair em tal tormento...
Beijos, obrigado pela existência. O mundo fica mais iluminado.
Ah essa mulher que todas nós temos um pouco..rs
ResponderExcluirChristi: E demos, todos, graças a Deus...
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