26 de jul. de 2012

METAMÓRPHOSIS

Caio Martins










(img: paola en el sofá - fabian pérez)
 


Não, não canso de olhar-te nua
imortal, etereal, imprecisa
perfeição de cinzas inconcisas  
na semiluz a espiar da rua.

Imóvel, pulsa em minha palma
teu seio e em minha pele
teu calor e cheiro e calma
de mulher que se resvala...

Como ficas linda e sem nome
quando após a posse, em ulo,
desabas, já nada te consome...  

Deixo-te dormir infinda e quieta
enroscada em mim feito em casulo
antes que te faças borboleta...

(scs - 26/07/12)

9 de jul. de 2012

AQUARELA

Caio Martins.
















(img: cvm - laura -1999)
 


Desenho-te em tintas fortes
e percorro traço a traço
teu corpo inexplicável
de fêmea, flor, formas
frágeis transparências.

E vens, tão nua espalhas
pincéis, palhetas, potes
telas, trapos, imagens
me desenhas insensata
numa imensa confusão
de pernas e bocas e abraços...

É quando, quase sem querer
gravas teu lamento em minha pele
recebes meu murmúrio entre teus seios,
nada mais que um homem
nada além de uma mulher.

(em "mulher - imagens e poemas" - 1999 - fundação pró-memória.)

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