21 de jun. de 2009

AMOR


Caio Martins
Para Cristina Lima











(img: "janaína/cvm" - augusto coelho)

Com rara artesania
neste lugar
que nos conhece tanto
o amor armou seu canto.

Magoados, abertos, tontos
não houve mais pranto
só a sensação penetrante
de uma tragédia de bar.

Meu deus, Cristina, que cenário!

Os músicos não mais tocaram
calou-se o vozerio
e o garçom, ponta-de-pés
mantinha o ar estacionário.

Sorriam? Nada víamos...

O amor semeava e colhia
luzes sombrias em nosso olhar
e os olhares gerais recolhiam
traços de mel, e espanto, e sal.

Tudo, nunca mais
seria igual...

Só esse amor, morto num canto...

(penã cauan - julho de 87)

4 comentários:

  1. Wilson Barbosa23/6/09 03:09

    Me vi na cena, fui músico da noite e tem hora que a gente fica torcendo pra tudo dar certo. Me parece que o segundo tempo é o poema Pedaços que está lá atrás. É desses amores que a gente jamais esquece.

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  2. Eta amor vivo pingando da pena do escriba! Sensibilissimo...

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  3. Talita Bueno23/6/09 15:19

    Esses "amores mortos num canto" costumam fazer muito barulho ainda mais quando todo mundo está de olho em silêncio. Seria genial ouvir a versão do garção e dos músicos que pararam até o ar. Segue o "Zero Hora: um anjo perdido" a contagotas?

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  4. Quando a música não toca mais, tem razão, amigo Caio. Está tudo acabado. Esta foi forte!
    Abraços.

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Na busca da excelência aprende-se mais com os inimigos que com os amigos. Estes festejam todas nossas besteiras e involuímos. Aqueles, criticam até nossos melhores acertos e nos superamos.

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