Da interminável e densa e intensa batalha entre memória e história, o que resta são palavras. Só palavras.
Serão eventualmente garimpadas nos escombros do futuro. Estão convidados, porém, a revirar hoje o blogue pelo avesso.
12 de jun. de 2009
CANÇÃO À AMIGA
Caio Martins
Para Jane Vieira.
(img: marte, desarmado por vênus, cupido e as três graças - jacques louis david - 1822)
Vem, amiga!
Eu te espero lançado
entre a angústia e a desolação,
entre a solidão e a dúvida, quieto
pelas sombras de teus caminhos.
Pousa teu corpo em meu corpo
descansa tua face em meu ombro
deixa-me desmanchar teus cabelos
com carícias bobas, de brinquedo.
Leva-me a vida, deixa
que em teu sentir eu me consuma
até restares lívida, pálida
rosa que perdeu o sangue.
Após tua ida embora, sem apelos
o mundo que se exploda, desatine
quando não mais te puder enlaçar
no cansaço deste amor inconsequente.
Fica
em minha desconformidade qual criança
que se alumbra ao som do próprio coração
cismada, desconexa, expectante.
Vem, amiga!
Lança na noite teus receios
absorve meu corpo em teu corpo
deixa que eu te viva doídamente
num momento de ternura...
Nova Friburgo. 13/02/1968.
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Isso que se chama abanar o rabinho e comer na mão. Mexe com quem está quieta, mexe... Mas que é de derreter, é.
ResponderExcluirCANÇÃO À AMIGA
ResponderExcluirCaio Martins, bom dia, de um dia que vai se levantando e tomando corpo ao corpo do Universo.
E, tive a felicidade de abrir este espaço literário e ler estes versos dedicado a sua amiga.
Me senti dentro dum templo, onde fui viajando por cada palavra saída de uma alma poeta, como um pássaro que voa alto em céu aberto.
MEUS PARABÉNS
DESEJANDO A VOCÊ UMA SEMANA:
FUTURECIDA
Efigênia Coutinho