Da interminável e densa e intensa batalha entre memória e história, o que resta são palavras. Só palavras.
Serão eventualmente garimpadas nos escombros do futuro. Estão convidados, porém, a revirar hoje o blogue pelo avesso.
21 de jun. de 2009
AMOR
Caio Martins
Para Cristina Lima
(img: "janaína/cvm" - augusto coelho)
Com rara artesania
neste lugar
que nos conhece tanto
o amor armou seu canto.
Magoados, abertos, tontos
não houve mais pranto
só a sensação penetrante
de uma tragédia de bar.
Meu deus, Cristina, que cenário!
Os músicos não mais tocaram
calou-se o vozerio
e o garçom, ponta-de-pés
mantinha o ar estacionário.
Sorriam? Nada víamos...
O amor semeava e colhia
luzes sombrias em nosso olhar
e os olhares gerais recolhiam
traços de mel, e espanto, e sal.
Tudo, nunca mais
seria igual...
Só esse amor, morto num canto...
(penã cauan - julho de 87)
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Me vi na cena, fui músico da noite e tem hora que a gente fica torcendo pra tudo dar certo. Me parece que o segundo tempo é o poema Pedaços que está lá atrás. É desses amores que a gente jamais esquece.
ResponderExcluirEta amor vivo pingando da pena do escriba! Sensibilissimo...
ResponderExcluirEsses "amores mortos num canto" costumam fazer muito barulho ainda mais quando todo mundo está de olho em silêncio. Seria genial ouvir a versão do garção e dos músicos que pararam até o ar. Segue o "Zero Hora: um anjo perdido" a contagotas?
ResponderExcluirQuando a música não toca mais, tem razão, amigo Caio. Está tudo acabado. Esta foi forte!
ResponderExcluirAbraços.