Da interminável e densa e intensa batalha entre memória e história, o que resta são palavras. Só palavras.
Serão eventualmente garimpadas nos escombros do futuro. Estão convidados, porém, a revirar hoje o blogue pelo avesso.
3 de jun. de 2009
CATEDRAL
Caio Martins
(img: cvm - sé catedral da guarda/portugal - liv tyler )
Teu corpo, templo
de transformadas pedras
em mitos triturados,
imbricado átrio, nave
de convulsa arquitetura
côncavos, convexos
secretos passadiços...
Estratificas heresias
em cânticos calcários
mas, somente transformada
em águas, declinas
meu corpo adjacente
irrompendo em góticos
estigmas de mulher...
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ResponderExcluirDepois de Rotina, maravilhoso, vivo e presente, vem Catedral, sua pura e disfarçadamente poética seqüência. Um fundo risco num cristal!Essas ilustrações ... são as cores dos poemas. Vivíssimas! Parabéns Caio!!
ResponderExcluirA beleza de uma mulher comparada a uma catedral gótica.
ResponderExcluirParabéns, Caio.
Muda muito imagens maiores desde que não prejudiquem o resto. Gostei do poema mas estou mais para igrejinhas simples e modestas onde ninguém se deslumbra mas ajoelhou tem que rezar e se fala mais de perto com Deus.
ResponderExcluirMontagem misteriosa! Cruz na testa, cruz no peito da mulher de braços abertos como numa cruz numa catedral. Dá para ver que cada detalhe e cada palavra tem um sentido e não é por acaso que foi usada. Esse cordel é um enigma.
ResponderExcluirCaio,
ResponderExcluirvai além do imaginável pois a palavra "heresia" dá conteúdo à imagem: Cristo mulher? Maria Madalena em Cristo? Idolatria do poeta pelo feminino? Visão dura (calcárea) do seu universo?
O "eikon" perturba e de verdade nem cada palavra e nem cada detalhe foi posto por acaso, nem a escolha de Liv Tyler, a elfa Arwen de O Senhor dos Anéis. O poeta "adjacente" é declinado (flexionado, revelado?)em estigmas (as cinco marcas de Cristo, ou receptores de polem?)e se representa profano? Ou então só demonstra seu deslumbramento frente à beleza e sedução da mulher?
Aí estão questões que só você pode responder.
Bjs. Tchüss.
Caio Martins
ResponderExcluirBom dia, de um dia que vai tomando corpo ao corpo do Universo!
Li sua Crônica de SÁBADO, e vim ler seu belíssimo poema "CATEDRAL".
Estou sim, deslumbrada com o escritor, como foi prazeroso chegar neste espaço dedicado a Literatura.
Meus cumprimentos,
FELIZ DIA DOS NAMORADOS
Efigênia Coutinho
Escritora
Talinha: é denso, como uma catedral.
ResponderExcluirPedro: o poema é sempre um fundo risco num cristal.
Sader: são góticas, m'rmão.
Lígia: vê como obedeço?
Anônimo(Lima?): o feminino é um enigma.
Cris:é herético, nada está ao acaso, é profano. As religiões patriarcais temem as mulheres. Eu? Um humilde e eterno fascinado. É tudo que você pergunta, e nada disso.
Efigênia:"Quando entro numa floresta, ajoelho-me"... Obrigado por visitar este matagal áspero. Sobrevoei tuas matas. Lá irei ajoelhar-me, em breve (a quem não entender: clique no link da poetisa, acima). Obrigado, a casa é sua.
A todos: cliquem no ano (2009) para abrir todas as matérias. E, um abração com todo carinho.