Caio Martins
Para Jeanne
(img.art:cvm - elizabeth 3/2013/contraluz/aquarela)
Não chora, minha menina, o frio espelho
não vai te delatar nem por um triz
ao revelar teus olhos, teu nariz
constritos e culpados, já vermelhos.
Se te faço rir, se triste, perdoa!
As palavras nada dizem, teu riso
(enquanto em meio delas se revoa)
espalha borboletas sem juízo...
Diz que aceitas o aconchego do abraço
que leve, mais sutil do que safado
te faz rir das ciladas que te faço.
E se, farta de riso, eu já calado,
quiseres surpreender o teu palhaço
bastará que me tenhas sem cuidado.
Da interminável e densa e intensa batalha entre memória e história, o que resta são palavras. Só palavras.
Serão eventualmente garimpadas nos escombros do futuro. Estão convidados, porém, a revirar hoje o blogue pelo avesso.
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QUE COISA MAIS LINDA,CAIO! Nem vou comentar porque comentário é barulho no vazio que só serve pra espantar as borboletas!
ResponderExcluirGrato, maninha... que bom, que gostou!
ExcluirGostei muito!
ResponderExcluirEntão, fico feliz, Dulcinea! As palavras, às vezes, têm de ter cores e voar por aí.
ExcluirMaravilha de soneto, Caio! A Aracéli disse tudo: o brilho do poema não carece de comentários. Basta lê-lo e relê-lo para se encantar!
ResponderExcluirBeijos e obrigada pela partilha.
Márcia
Obrigadão, Márcia... Suas sugestões e críticas na composição sempre são preciosas, quando me aventuro pelos meandros do soneto. É um privilégio ter a amizade da mais notável sonetista de nossos dias. Beijos!
ExcluirAh! Veio então o soneto! Na última estrofe lembra o estilo de Machado (em "A Carolina").
ResponderExcluirNão tem a resposta da moça, mas isto pouco importa...
Abraço,
Jorge
:-) Eita, "seu" Jorge! O estilo do Machado lembraria o meu, eventualmente... Quanto à resposta da moça, é impublicável, devido à consideração por intimidades e privacidades. E, o soneto é o que lá está, rigoroso na forma e libertário nos argumentos. Forte abraço!
ExcluirAchei simplesmente lindo!
ResponderExcluirGrato, Maria Coelho! Fico feliz que tenha gostado. Simples assim, como o cenário que pretendi mostrar.
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