Caio Martins
(img. arte: cvm - elizabeth-2013)
Ah, poeta...
que cenáculo arbitrário escolhem
as Musas
para servir-te ao jantar.
Tens, cibernético e alhures
de escrevinhar a sangue
o mundo que te engole,
expele e reclama e recolhe
até que o tritures,
até que o tritures,
telúrico moinho inexistencial...
Ah, Musas!
De seus dias em frangalhos, ao poeta
perdoai-lhe
o azedume, a palavra amarga,
o verso troncho e ranzinza
o sentir de impertinência...
o sentir de impertinência...
Bailareis, eu sei, no templo
espalhando suas cinzas...
Mas tu, Musa tardia, vestal
irresponsável, fugidia
de meus amores vadios:
me salvas lépida dos festins
de tuas irmãs, eterno cio...
- Que coragem louca e vã...
Divagais, todas, docemente
selvagens, dentre os dentes
de minhas engrenagens...
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Na busca da excelência aprende-se mais com os inimigos que com os amigos. Estes festejam todas nossas besteiras e involuímos. Aqueles, criticam até nossos melhores acertos e nos superamos.