Caio Martins.
Para Ethel.
Para Ethel.
Sempre há
tenso hiato
entre corpos
de mulher e de homem.
O essencial, melancólica
harmonia caótica
na qual intensos se consomem,
se o sentir se pensa, é fato raro.
Entre quatro paredes, entre
dois, a dança crispa seus disparos,
enlanguesce e se define:
os corpos não têm noção,
nem querem, do que oscila
entre o sórdido e o sublime.
(sbc - páginas amarelas - 01/02/1991 - sp - 05/05/2011).
Poema e imagem parecem ter sido feitos um para o outro, Caio. Que bonito!
ResponderExcluirO essencial é, realmente, fato raro. E pensar o sentir é tarefa árdua...
Beijos
Márcia
Caio tem um dom especial de fazer poesias abstratas, onde existe necessidade de assimilação.
ResponderExcluirNeste fico apenas com uma certeza: no verdadeiro amor não existe o sórdido.
Abraço,
Jorge
Sublime poema!
ResponderExcluirE real! esse hiato que o corpo não preenche, e segue a vida como autômato, mas no caso de um casal preenche o necessário.
Maravilhoso!
Parabéns!
Beijos
Mirze
Márcia, quanto mais apurado o nível de consciência mais integrados os níveis instintivos, independentemente dos culturais. A consciência do que se sente evita catástrofes, e gera as mais belas histórias de amor. E dá um trabalhão danado, mesmo.
ResponderExcluirBeijos, minha querida amiga.
Sader, meu Mestre! Tem toda a razão: no amor zelo e afinidade, cumplicidade e companheirismo geram o sublime. O "sórdido" (assim, entre aspas), fica por conta das paixões. Abração, bom combate!
Mirze, sábias palavras... "preenche o necessário", não mais que isso, dado que harmonia significa medida certa... Assim mesmo, ranhetar aqui e ali, até por diversão, é necessário. Grato por sua visita e suas palavras.