Tens, meu amor, em teu olhar
traços de orvalho oceânico
que só os leem sobreviventes
de holocaustos e fins dos tempos
veteranos de amor e guerra
eternos insensatos insolentes.
Deslizo em ti sem que pressintas
e te abraço como um náufrago
contido na boca do pânico
e lamentas e ris e dizes
palavrões e rezas e quebrantos
e me olhas assim sem ver-te
entre delírios, fúria e vaidade...
Tens no olhar fulgores e tormentas
e navego em ti, argonauta solerte
que teme, porém ama as tempestades.
Mais um ano de blog-amizade...cheiinho de imagens [poéticas] lindas e radiantes,
ResponderExcluirAbração do Pedra do Sertão
Só para não esquecer:
www.pedradosertao.blogspot.com.br
Grato, Aracéli! Como você diz, "Comigo era (é) sempre assim: a rotina do inusitado" - mesmo ao falar do mais corriqueiro. Seguiremos espiando o mundo pelo avesso! Bjs!
ExcluirAntónio, que bom ter aprovado o blogue, assim que terminar uma mudança de residência o retomarei e manterei atualizado. Também visitarei seu pedaço e o colocarei dentre os que sigo.
ResponderExcluirForte abraço, saúde e paz.
Amar as tormentas, sim, é possível. Respeitar é obrigatório...
ResponderExcluirMeu abraço, Caio.
Há que saber navegar, Marujo! Se a fúria das procelas exige audácia e a pasmaceira das calmarias, paciência arguta, somente a sapiência a ambas rege... E esta somente ocorre (ou não) com o tempo. Forte abraço, bons ventos!
ExcluirBelíssimo poema, Caio! Há imagens fortes, que tocam o fundo do coração. Ressalto os versos a seguir:
ResponderExcluir"e navego em ti, argonauta solerte
que teme, porém ama as tempestades."
Há que temer as tempestades, mas amá-las nos faz crescer, não é mesmo?
Beijos
Márcia
É vero, Márcia... não há casualidades, mas, causalidades. Viver é sempre um risco e um desafio, que sempre valem a pena. É nesse mar que o amor singra, inda que não tenha rumo. Beijos.
ExcluirDivino! A leitura leva-nos a formar a imagem de cada verso e o desfecho é aquele respirar profundo de emergir à vida...
ResponderExcluirGrato pela gentileza, Maria Coelho! Assim sendo, chegou à essência do poema, entre o precário e o provisório... A vida segue em frente.
ExcluirTer encontrado seu blog e nevegar nos seus poemas tem sido um dolorido prazer. E um risco, e uma falta, e um anseio... Revirá-lo pelo avesso é pouco.
ResponderExcluirPois... Em parte memórias, em parte estórias, é resgate de bem mais de meio século a lidar com palavras, mas, tudo está como em única fotografia sempre a transformar-se. Ás vezes em branco e preto, noutras em cores árduas de desvendar. Sempre "um risco, e uma falta e um anseio"...
ExcluirFestejo tua visita, Jane. Desta vez não estou metido em nenhuma guerra. Beijos!
Ora risca-se, outra arrisca-se. E ainda que sôfregos os sentimentos, a sensibilidade sobrevive e traz a tona as emoções... Senão as palavras daquele que brinca com sua literal tradução, se perderiam em tempo prolixo. Quem reconhece sua intensidade, desvenda almas... Belo e encantado poema, Caio. Bj
ResponderExcluirPois é, Rita... só se conhece o mar, e o amar, quando neles se mergulha de cabeça... Todavia, há que saber nadar, e navegar... Abçs.
ResponderExcluir