17 de jan. de 2012

AUSÊNCIAS...

Caio Martins

Para Márcia.















(img: cvm - PB sob foto de msluz - jan/2012)


Rolam, ante meus olhos, transparências
de inigualável nitidez, essências
de meus mortos, de meus amores idos.
Cala-se, a voz, num silêncio contido.

Testei-lhe, Vida, todos os limites:
nuns fui herói, já em outros, fugi!
Dos amores que tive, consegui
cicatrizes tais que densos grafites...

Tantos lugares, meus seres queridos
tatuaram suas marcas no que insiste
em triturar os prazos decorridos...

Preciosa me é, a rara existência
e um só amor etéreo, ao fim, resiste.
Nada sei de saudades... Só de ausências...


6 comentários:

  1. A gente morre aos poucos.
    Cada querido que perdemos, fica uma falta no coração.
    Mas o mais duro mesmo é quando a pessoa morre no coração da gente. Aí, não tem jeito...
    Valeu mesmo, Caio.

    Abraço,
    Jorge

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  2. Lindo isso - Saudades, ausências.

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  3. Caio
    Vou dizer com toda franqueza. Você se supera a cada dia. Belíssima poesia. Nas ausências ninguém preenche os espaços que ficam. Abraço e parabéns. Milton Martins

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  4. Só posso te dizer: gostaria muito de ter escrito esse poema. Viver não será isso? carregar todos conosco, pra que ninguém fique para trás? Era assim a canção, lembra?

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  5. Caio, você está numa fase de extrema inspiração poética, com poemas belíssimos! É impossível não se emocionar com o conteúdo e a forma dos mesmos.
    "AUSÊNCIAS..." é intenso, de um lirismo comovente. Ressalto o verso a seguir, que inicia o fechamento do soneto com chave de ouro:

    "Preciosa me é, a rara existência"

    Obrigada pela partilha!

    Beijos

    Márcia

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  6. Jorge, é vero... Na única certeza, ficam as ausências. Mas a cada que morre no coração, ficam cicatrizes. Algumas leves, outras muito feias. Abraços.

    Mercedes, minha amiga com luz própria... No poema, até que ficam lindas, mas na verdade, doem como o diabo... Beijos.

    Milton, meu bom amigo, grato pela gentileza. Na saudade, as reminiscências se manifestam e tecem fantasias. Na ausência, há o vazio corrompendo a memória.

    Aracéli, escreveu muitos da melhor qualidade, nos que me espelhei. Parece-me que todos ficam para trás ou em algum lugar, até nosso turno.
    Bela canção, minha irmã! A vida está presente.

    Márcia, nalgum lugar da vida a trajetória errou de veia... Mas, não se perdeu. A inutilidade das batalhas para salvar a espécie leva a outros patamares, antes protelados. Baixa-se a espada, abre-se a Poesia, flor inatingível por precária.
    Eu que lhe sou grato pela presença. Beijos.

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Na busca da excelência aprende-se mais com os inimigos que com os amigos. Estes festejam todas nossas besteiras e involuímos. Aqueles, criticam até nossos melhores acertos e nos superamos.

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