Caio Martins
(img: autorittrato damaride marangelli)
Séria surges
quando não mais te esperam
e vens detrás de olhos verdes
rubra boca vestida de festa.
E mentes, inventas
impudica, descarada
oscilando enfáticos seios
cabelos longos, longos
braços e pernas
noturna praia úmida
ávida de despojos...
Que desperdício de cenário!
Pensar que bastaria um só sorriso
(mesmo que não viesses nua)
e não naufragarias nas armadilhas
de meu amar promíscuo
tão frágil
tão precário...
(em "mulher, imagens e poemas" - 1999 - fundação pró-memória s.c. do sul)
Da interminável e densa e intensa batalha entre memória e história, o que resta são palavras. Só palavras.
Serão eventualmente garimpadas nos escombros do futuro. Estão convidados, porém, a revirar hoje o blogue pelo avesso.
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muito obrigado! este poema é bonito!cumprimentos!
ResponderExcluirum abraço
Damaride
Fico a pensar, Caio, o que é este amor vagabundo, onde interessa o gozo, a carne.
ResponderExcluirAo mesmo tempo, existe sempre o grande perigo: surge uma paixão.
Para quem não deseja, é um incômodo muito grande.
Abraço,
Jorge
Belíssimo poema, Caio! O que me encanta aqui é a transição do cenário - descrito no presente - (o real) para o que parece de fato importante, (o que poderia ser) e que tornaria a relação tão mais intensa e verdadeira. A imagem descrita na estrofe
ResponderExcluir"Pensar que bastaria um só sorriso
(mesmo que não viesses nua)
e não naufragarias nas armadilhas
de meu amar promíscuo
tão frágil
tão precário..."
revela o quanto é essencial que haja transparência (nudez) no amor...
Parabéns!
Beijos
Márcia
Damarides, eu que agradeço! É uma forma singela de valorizar um texto e divulgar uma grande artista. Beijos.
ResponderExcluirMestre Sader, é dado a poucos viver grandes amores e excepcionais paixões... Estes, todavia, trazem implícita a solidão que reduz amantes a meros brinquedos do destino. Mas, diria Vinícius, em "Como dizia o Poeta",
ResponderExcluir...
Ah, quem nunca curtiu uma paixão
nunca vai ter nada, não!
Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa
é melhor que a solidão...
Abraço.
Márcia, de fato essência raramente é aparência, ou aparente; há que estar alerta para definir... O sentimento de perda da frase "Pensar que bastaria" é a clave do poema, realmente, só visível aos que sabem ver. Grato por suas palavras e pela clarividência. Beijos.
ResponderExcluirParabéns! Abraços, Jorge.
ResponderExcluirGrato, Jorge! Vindo de você, é uma honra! Abraços.
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