Caio Martins
(img: genesis 2011 - tela aramado)
Entre arrepios
de tua pele suada
ofegante, entre
suspiros, queixumes
lágrimas e grito
te desmanchas
comovendo o universo.
Entre tantos entretantos
e tua nudez safada
vou
comovido animal liberto
em disparada
por teus meandros e recantos.
Depois nos olhamos
compreensivos
contemplando o que sobrou
dos bisonhos
fêmea ancestral
e macho astuto
definitivamente
expulsos do rebanho...
Da interminável e densa e intensa batalha entre memória e história, o que resta são palavras. Só palavras.
Serão eventualmente garimpadas nos escombros do futuro. Estão convidados, porém, a revirar hoje o blogue pelo avesso.
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Esperto
ResponderExcluirAnimal esperto
sou um ser liberto
e aberto...
Abraço,
Jorge
Que poema mais lindo, Caio! O sensual se mistura à magia de algumas imagens que surpreendem pela força que adquirem - comover o universo é uma delas... A nudez do corpo parece se transformar em nudez da alma. E fecha o poema como quem volta à origem de tudo...
ResponderExcluirParabéns e obrigada pela partilha!
Beijos
Márcia
Muito BOM!
ResponderExcluirCaio, não costumo comentar esse tipo de poema, mas o seu não é vulgar. Sublima o amor nas entrelinhas.
Beijos
Mirze
Entre tantos...lindo!
ResponderExcluirMeu caro Jorge,somos traquejados nas lides da vida. Dizem que o guará perde os pelos de velho, mas não perde as manhas. Não há o que ser prescrito, mas, escrito. Saúde, marujo!
ResponderExcluirMárcia, vindo de quem considero extraordinária poetisa e escritora, suas palavras muito me honram. Como sempre você vai ao cerne do conteúdo: tudo é parte de tudo! E o amor (universal) vinculado nos gêneros à sensualidade (individual) poderosamente discreta, nos enleva, eleva e, sempre, tudo volta ao início para perfazer-se.
Obrigado, minha querida amiga, pela gentileza, paciência e generosidade.
Mirze, o risco de amar conscientemente é sermos expulsos do rebanho... Reduzir o amar exclusivamente a sexo é rota de colisão com anseios e necessidades maiores, por essencialmente humanas, e aprisiona. Idem, se repudiamos o animal que somos e nos resumimos à filosofadas estéreis e, de aí, melancólicas. Amor une e liberta, nos força a encarar a própria identidade (a volta aos inícios) e à do ser amado. Grato por suas sábias palavras e pelo alento.
Moisés, há, sim, beleza sóbria nesse poema. Fico feliz que a promova, especialmente por sua lucidez e nível de exigência. Nos obriga a procurar sempre níveis mais elevados de qualidade. Volte sempre, a casa é sua.
A poesia sempre me prende de tal maneira que
ResponderExcluircriei um blogue mais vocacionado para
inserir poesia http://sinfoniaesol.
wordpress.com
Teria muito gosto em inserir um trabalho
seu, com os devidos créditos, se o autorizar.
Basta deixar um comentário.
Um abraço
Irene
Irene, é uma honra pela qual lhe agradeço. Fique à vontade, e lhe desejo muitos êxitos em seus trabalhos.
ResponderExcluirAbraços.
Apaixonante esse poema, sensual, delicado, forte.
ResponderExcluirApaixonantemente sentido, muito mais do que lido.
Beijokas.
Lua, a intensidade dos sentidos e do que é sentido é determinante no poema, ao par da consciência de o amor ser não apenas raro, mas, até proscrito nestes tempos de pragmatismo e consumo. Grato por suas palavras, volte sempre.
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