Caio Martins.
Ao Carlos Drummond
(img: cdandrade - edit.bestbolso)
O circo cinza
estremece
cinzas espalha e pó
e nós tocamos um clarinete afônico
menor.
Caem
as cortinas de teu palco
onde foste, impretérito,
palhaço, público, equilibrista
ator.
Lá na porta estrafalária
do céu da poesia
o Vinícius, o Andrade, o Bandeira,
tantos outros,
a te receber.
É então
que choras enfim liberto,
poeta, quando
vestida de canto azul
Elis vem te encantar.
Nós ficamos
olhando teus óculos
o mundo nos teus óculos
num peso, numa
pena danada.
(BsAs –06/07/1988)
Da interminável e densa e intensa batalha entre memória e história, o que resta são palavras. Só palavras.
Serão eventualmente garimpadas nos escombros do futuro. Estão convidados, porém, a revirar hoje o blogue pelo avesso.
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Cenário que nos deixou saudade.
ResponderExcluirMas, como a arte é imortal, ficam os livros, quadros, discos e tantas coisas mais, que Caio traz ao "Poemas".
Abraço,
Jorge
Q texto lindo...gotoso de ler, mas de uma sauddezinha...
ResponderExcluirAbraços
Caio, você criou a magia de trazer, por uns instantes, Drummond e Elis para perto de nós.
ResponderExcluirA verdadeira poesia tem destas coisas...este poema vai fundo na alma de tão intenso e rico em emoções.
Obrigada pela partilha.
Beijos
Márcia
"...do céu da poesia"
ResponderExcluirDizer mais o quê?
abraços e um sorriso...
Caio,
ResponderExcluirenquanto ouvirmos Drummond e Elis, eles continuam tão vivos como sempre. Teu poema os revive e recorda (re-cor-da: recoloca no coração).
Beijo.
Aracéli.
Meus queridos Jorge, Paula, Márcia, Cristina e Aracéli, grato por suas palavras. A vida é curta, o mundo é pequeno, e o que os torna dignos são raros seres extraordinários que meteoricamente nos visitam. Como Carlos, Elis e vocês.
ResponderExcluirMeu abraço mais carinhoso.
Sempre perfeito nas palavras
ResponderExcluirabraço
Caio
ResponderExcluirEstive lendo com calma os três último poemas, um melhor que o outro. Voltaste do intermezzo bem inspirado, pelo que se constitui excelente notícia. De outro lado, ve permitiu comparar a Elis com a Gal. Com a Elis é mais harmônica, sô!
Parabéns, meu amigo, por toda sua criação literária e de incentivo a ela de seus amigos e seguidores.
Abraço
Milton Martins.
Juan,ao menos, tentamos. Disse certa vez que amo tanto as palavras que, talvez, por isso as maltrate tanto...
ResponderExcluirAbração, caro Mestre.
Milton, seu comentário me honra, e muito. Recuperados dentre as papeladas dos anos 60, os últimos poemas foram reeditados e atualizados. E é orgulho meu tê-lo convencido a voltar a escrever. Tem dom e talento raros, não poderia ficar "na moita".
Elis e Gal têm estilos diferentes; ambas são intuitivas e instintivas, com mais ou menos elaboração harmônica. Grandes intérpretes, sem a menor dúvida.
Abraços, meu querido amigo. Jamais pare de escrever.