(img: nathalia - aquarela - P&B - 04/05/14)
como se foras a névoa de outono
que lassa e tão perdida em abandono
dissesses, ao passar, de sofrimentos.
E segues só, dobrando tuas esquinas
enquanto ao derredor estrala a guerra
inclemente das ruas, que aterra
tantos sonhos perdidos de menina.
Quebrei-me desarvorado em tuas quinas
andarilho em vão, fugaz pó de terra
que ao ter-te não percebeu os teus lamentos.
Perdidos no cansaço que extermina
tanto amor, é quando então de rumo erra
tamanha paixão, teu cio e meu tormento.
scs - 04/05/14.
Sabe, Caio? Parece que abri um velho livro de poesias, e estou a admirar uma. Sim, talvez eu seja um reacionário nesta arte. Mas prefiro assim.
ResponderExcluirNão cabe qualificar, Jorge. Aparentemente, talvez de fato, o conteúdo determina ou escolhe a forma pela qual melhor se expresse. Pode ser um arcaico soneto de versos mancos, uma crônica, romance, ou uma equação quântica. Sentir, dependerá da vivência. E esta, resiste ao Tempo.
ExcluirSim, Caio. Há uma distância desse amor terno, mesmo que com paixão e cio que parece ter ficado naquele tempo ideal que você como poucos sabe qual. Hoje, a paixão se perdeu e o cio se vulgarizou. Mas, não pense que não senti o prazer de ler com calma esse seu belo poema. Homenagens.
ResponderExcluirGrato, Milton! A sublimação do cio se dá, oculta, na paixão e seus fracassos dolorosos... Amor é uma construção difícil, interminável, sempre surpreendente. Abração, meu amigo!
ExcluirCaio, o poema é belíssimo, intenso e pega na veia! Acho que é um dos mais tristes e belos que já li... Ele tocou aqui no fundo do coração!
ResponderExcluirBeijos
Márcia
Obrigado, Márcia. Fico feliz se gostou! É soneto imperfeito, todavia denso. Por mais que o revirasse não aceitou formas, ficou como quis. Beijos!
ExcluirAlgumas tristezas nos imobilizam. Outras extraem de nos poesia e beleza. Foi assim que percebi seu belissimo poema.
ResponderExcluirMeu abraco
Jane
Grato, Jane Portella. Tudo gira ao redor da forma de ver o mundo e de como nela nos reconhecemos. As perdas do caminho não podem significar as pedras do caminho, que às vezes traduzimos com palavras. Abraços.
Excluirhomens apaixonados....
ResponderExcluirÔpa! Que bom, tê-la de novo por aqui! Tudo bem com você?
ExcluirHomens apaixonados são um desastre... mulheres também! Ambos ridículos... Mas, no auge dos hormônios e enzimas, é uma delícia! Bjs.
Olá Caio, eu estava saudosa de ler você,
ResponderExcluire chego aqui encontro um magnifico SONETO,
de sua autoria! Que belo presente para está tarde de inverno.
Sendo o Soneto a obra prima dos grandes escritores,
como você, abraços,
Efigenia Coutinho
Grato, minha amiga! Saiu meio quebradinho na forma, todavia. Mas, a questão fundamental está na sonoridade e conteúdo. Ainda aprenderei a lidar com isso! Abração!
ExcluirEncantada...
ResponderExcluirGrato pela visita, Márcia. Que bom, que gostou! Abçs.
ResponderExcluirAdorei ler em teu blog. Lindo poema. Estou te seguindo.
ResponderExcluirGrato, Edith! Volte sempre. Abçs.
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