26 de nov. de 2013

Não olhes assim

Caio Martins
















(img: d. richards- tv - 2013 - tela)

Sei dos teus caprichos
marcas, cicatrizes e feitiços
paixão e ira em solstícios
além de qualquer previsão.

Sei de teus amores e sumiços
pendores e calores e odores
ódios e desejos e clamores
riscando o universo de giz.

Não inventei tua beleza
nem és assim por que eu quis
e se me perdi em teus nichos
não é o amor que se desfaz.

O tempo é que é curto e que surta
e encurta e furta a leveza, mas
não me olhes assim, feito bicho!

6 comentários:

  1. A mulher, seus mistérios e a visão acostumada do poeta com estas maravilhas e agruras!
    Salve!

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  2. Grato por suas palavras, Jorge! A sabedoria que tanto queríamos ter, com o tempo, nesse campo só se reveste em dúvidas. O que parece não é, e o que é não parece... Mistérios!
    Forte abraço!

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  3. Mais uma obra-prima em 'Os mistérios do amor'.
    Lindo, Caio.
    Abraços!

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    1. Obrigado, Taís Luso! Talvez um dia um cientista maluco desvende os mistérios do amor, sua essência leve e contraditória e o reduza a mera equação trigonométrica. Até lá, seguirá na linha de frente da Poesia por estar ligado aos mais profundos mistérios da vida... Abraços!

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  4. Que coisa mais linda, Caio! Tem uma melodia deliciosa e marcante, forte...

    Beijos.

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    1. Grato, Márcia! Quase saiu um soneto, forma na qual você é exímia. Na releitura mais atenta, constatei não ter como mexer com a intensidade das palavras; deixei como veio. Beijos.

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Na busca da excelência aprende-se mais com os inimigos que com os amigos. Estes festejam todas nossas besteiras e involuímos. Aqueles, criticam até nossos melhores acertos e nos superamos.

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