Caio Martins
Para Jeanne.
Para Jeanne.
(img: cvm - nicportman-huble)
A lua, meu amor
torta
corta os céus, mero traço.
Apenumbras...
Em que pese, te percorro a passo
beijo a beijo, impune
me sorves, absolves
e tua volúpia paira instantes
em meus braços.
Luminescências tardias,
imperceptível halo cravam
meus olhos, tua alma,
finas lâminas incertas.
Não era a paixão que querias
nem o amor que eu desejava...
Mas, incontida, ris!
Estilhaças a madrugada
com os cristais de teu riso...
já nada mais preciso
já nada mais importa...
Em breve, amor, a lua
refringente e oclusa e fria
estará morta.
(scs - 23/08/12)
(scs - 23/08/12)
"Mas, incontida, ris!
ResponderExcluirEstilhaças a madrugada
com os cristais de teu riso...
já nada mais preciso
já nada mais importa..."
Que verso elevado, Caio!
Abraço,
Jorge
Pois, caro amigo! O ofício de poeta é ingrato... exige pôr no catecismo o que exigiria toda a bíblia. Mas, quando o que se vive em horas vai no verso em segundos, a memória nos premia com sua permanência total. Forte abraço.
ExcluirCaio, este é mais um de seus magistrais poemas! Sensual, nas duas acepções da palavra, ele representa o que há de mais elevado (como bem diz o Jorge) no ser humano: o amor, que nada exige, a calma necessária para aquietar o ser amado... Comove pela beleza do conteúdo, por sua sensibilidade e riqueza das palavras.
ResponderExcluirBeijos
Márcia
Grato, Márcia! Quando o amor se reduz a risos, e brincadeiras de crianças, dá sinais que é pra valer!Beijos.
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