Caio Martins
(img: paola en el sofá - fabian pérez)
Não, não canso de olhar-te nua
imortal, etereal, imprecisa
perfeição de cinzas inconcisas
na semiluz a espiar da rua.
Imóvel, pulsa em minha palma
teu seio e em minha pele
teu calor e cheiro e calma
de mulher que se resvala...
Como ficas linda e sem nome
quando após a posse, em ulo,
desabas, já nada te consome...
Deixo-te dormir infinda e quieta
enroscada em mim feito em casulo
enroscada em mim feito em casulo
antes que te faças borboleta...
(scs - 26/07/12)
(scs - 26/07/12)
Maravilha, Caio! O que me chama a atenção, além do conteúdo, é o apuro das palavras. O poema é de uma sensualidade e sensibilidade que comove.
ResponderExcluirBravo!
Beijos
Márcia
Quanta gentileza, Márcia... Tais palavras, vindas de poetisa de seu talento, são uma honra! É soneto de "pés quebrados": sacrifiquei a forma em aras da concepção e das melhores palavras para cada momento. Fosse, todavia, para escrevê-lo na pobreza a que se reduz o idioma dramaticamente dia a dia, o teria feito em gíria da periferia - objeto que domino (ver "Fuzuê").
ResponderExcluirAgradeço muito o incentivo com que me brinda e trato, como posso, de corresponder à sua maestria. Beijos.
belos versos parabens
ResponderExcluirse possível, visite meu blog
www.semente-terra.blogspot.com.br
Grato pela visita, Robson. Dei uma espiada, e recomendo como boa leitura! Abração.
ExcluirNão entendi você julgar um soneto de "pés quebrados", Caio.
ResponderExcluirTem uma linguagem sensível, muito bem colocada e de vulgar, comum, o soneto não tem nada.
Experimente declamar, se é que você já não o fez.
Abraço,
Jorge
Olá Caio,
ResponderExcluirVeja só que magia encontro por aqui.
se não divulgas no face, fico sem saber
vez que minha andança no instante as
voltas feito em buraco ao chão,
tamanho pensamento estendido sem os idos
pela blogosfera a que estou em falta aos,
amigos, senão apenas meus poemas em fases
de minhas deixas.
Deliciosos e profundos poemas,
tatuagem de alma que tosse e expulsa as
dobraduras, onde esconde os mais belos
sentimentos, proferido pelo íntimo.
Parabéns.
Virar do avesso, leva um tempo
poemas como esses tem que ser lido,
sentido, com olhos de quem ouve
canções sem as te-las aos ouvidos...
Um abraço
Livinha