Caio Martins
Para Jeanne.
Para Jeanne.
(img: cvm.kidman - aquarela 2011)
Te amo...
A memória, faca
laica
- insaciável, transitória -
quebra seus pertences
sem contar com glórias.
Fecha seus claustros
- insondáveis pergaminhos -
e cala
a trajetória tensa do sentir
árdua, impenetrável bala.
Contemplo teu olhar
- inquietante arquitetura -
e me diluo aos segundos
de cada século
em que perduras...
A memória insiste
- indecifrável sintonia -
e cala.
Não há tempo, lugar,
nem sinfonias...
Nas luzes de prenúncios
- inda que desande o caos -
te calas...
Sabes que te amarei
ao som de teus silêncios...
Há sempre um amor desse jeito
ResponderExcluirno peito de um sonhador.
Um abraço
Caio, sinto que você se supera a cada novo poema. "Silêncios" aperta o peito tamanha a intensidade dos sentimentos nele contidos. É perfeito na forma e no conteúdo - o uso dos travessões imprime ainda mais força a cada estrofe. Belíssimo diálogo interno!
ResponderExcluirParabéns e obrigada pela partilha!
Beijos
Márcia
Guaraciaba, grato por suas palavras. Amor é bicho sabido, não pede licença pra se aninhar. Depois, há que cuidá-lo. Abração.
ResponderExcluirMárcia, não importando obstáculos, o amor é sempre um desafio. E as emoções, muitas vezes, saltam e se impõem. Numa leitura transversa, há outro poema no poema, o dos travessões.
ResponderExcluirFico feliz que tenha gostado, sua opinião é muito importante para mim. Beijos.
Que ninguém pense ser o silêncio omissão. Ele fala alto, grita berra, agride e sofre.
ResponderExcluirDaí o poeta promete amar quem cala.
Abraço forte, mestre Caio.
Jorge
Grande Jorge, é exatamente por aí... É sempre um caos desordenado, o amor de um poeta. Abração, Mestre Escriba!
ResponderExcluirBelo poema
ResponderExcluircom alma ...
Um beijo
Ellen, grato por sua visita e por seu comentário. Às vezes, a Musa cala... há que saber esperar, e viver o seu silêncio.
ResponderExcluirCaio, nada pode ser tão grandioso quanto a este sentimento chamado AMOR, e você, tão bem aqui o descreve dizendo livremente , afinal sonhar com o Amor, é pertinente tortura sem que seja loucura!
ResponderExcluirPARABÉNS
Efigênia Coutinho
Grato, Efigênia! O amor - ao contrário da paixão - nada exige. É por si mesmo. "... quem ama, ama, simplesmente... só isso!" (Gofredo S. Telles).
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