Da interminável e densa e intensa batalha entre memória e história, o que resta são palavras. Só palavras.
Serão eventualmente garimpadas nos escombros do futuro. Estão convidados, porém, a revirar hoje o blogue pelo avesso.
10 de ago. de 2009
ÁGUAS
Caio Martins
(img: o pescador e a sereia - knut ekwall - 1837/1887,
em "mulher, imagens e poemas" - 1999)
Tudo em ti desliza brandamente
como quem diz uma mentira
enquanto perguntas como foi possível
tua amiga entrar no vestido.
Cruzas e descruzas ternas
pernas em meias escuras
abres sorrisos, ficas séria
dentro de um decote infinito.
E te perfumas, produzes, enfeitas
ciclotímica, audaz, inconformada
maré revolta, fugaz, enfeitiçada.
Ah! mulher! Tão como água, bates
e resvalas plástica, em penedos
desfeita em euforia, ardor e medo...
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A eterna luta com o sentimento do amor, onde tudo é possível. Com feitiço...
ResponderExcluirAbraços, Caio.
Jorge
Lindo poema que festeja a instabilidade feminina que é o contrapeso da praticidade masculina já que sem isso tudo seria mecânico e sem sentido. Sem isso o amor não existiria.
ResponderExcluirMuito bom, Caio, nunca abandonando a veia poética!
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