Caio Martins
Para Márcia Sanchez Luz e Luiz de Miranda
Para Márcia Sanchez Luz e Luiz de Miranda
(img:cmbarba2011vidro)
Te olhas ao espelho,
infinitesimal partícula cósmica:
- Que horror, a consciência do mundo!
Khronos, O Implacável,
comeu tuas façanhas,
as entranhas de teus versos
e não és, Poeta, senão
anti-herói de ti mesmo.
Feneceram-te musas e vestais,
as prostitutas do Templo
envelheceram...
- Que trágico! Que lindas... que loucas eram!
Aminimigos mortos
não tens mais batalhas
as tuas guerras
perderam-se no pó da história
- na morlalha da memória -
a esmo...
Nas tuas retinas estilhaçadas
não mais cabe o mundo;
ao redor ruge o caos
aos cacos.
Estás só!
A solidão, se nem a morte,
atemoriza... (Arre!)medos.
O que corrói
é a espera...
Elis: O Bêbado e a Equilibrista - João Bosco.
A espera, Caio, é a solidão em dose dupla!
ResponderExcluirExcelente!
Forte abraço
Mirze
Ciao Caio,
ResponderExcluirUn forte abbraccio anche a te!
A presto
Damaride ;)
Caio
ResponderExcluirCoisas que feneceram, o medo e a espera...para mim a "terrível" consciência da mortalidade. Lindo poema "melancólico". Abraço. Milton Martins
Poema forte, intenso e repleto de imagens que retratam a dor da constatação do que somos, a nossa fragilidade perante a vida. Ao mesmo tempo, o épico está presente de forma brilhante, mostrando que a guerra não está perdida. O poeta não precisa se lamentar, porquanto briga e encara a verdade de frente.
ResponderExcluirParabéns, Caio. E obrigada pela dedicatória, que tanto me honra e comove!
Beijos
Márcia
Mirze, se estamos bem conosco mesmos, a solidão é poderoso incentivo à criatividade. E pode transformar essa espera dialética do poema em fatos notáveis da existência.
ResponderExcluirGrato por suas palavras e presença.
Damaride, fico feliz com sua visita! Venha sempre, a casa é sua. Abraços.
Milton, meu amigo: a referência é essa! Não há que temer a morte nem a solidão, ou lamentar o que se perdeu ou passou, pois o que requer coragem é o desconhecido, o que virá. Daí, meu irmão, a coisa pega na veia... Todavia, consumada a única e definitiva certeza, certamente improvisaremos algo! Abração!
Márcia, grato por suas palavras, sempre pertinentes: vai ao cerne, sem titubeios. O ato de criar é, em sim, via de regra doloroso, sabe disso.
Emoções, sentimentos e impressões forçam expressões que nem sempre dominamos, têm vida própria.
É uma honra homenageá-la, pois a considero uma das poetisas contemporâneas de melhor qualidade.
Obrigado pelo apoio e cumplicidade. Beijos.
Espero, na minha envelhecência, poetar com a ponta do cume da alma, esta que não se encerra se poesia existir.
ResponderExcluirParabéns!
Bonito e bem construído, sem dúvida. Mas não reconheço o autor.
ResponderExcluirQuem prega sempre que o problema não e a idade, mas "o excesso de quilometragem", desta vez Caio falou o contrário.
Abração,
Jorge
Rita, certamente assim será. A linguagem cifrada da poesia requer da criancice à velhice, passando pela juventude. E poderá, então, lidar com a consciência do mundo com sabedoria. Obrigado pela visita!
ResponderExcluirJorge Sader: o excesso de quilometragem, exatamente, torna os séculos vividos em frações de segundo. O autor, no caso, só aprecia a correria. Abração. Sucesso com o "A Regra do Jogo".
Olho o espelho
ResponderExcluire um tic-tac
aciona a memória
...
parece uma bomba.
O reflexo
concâvo
ou convexo
coloca pêndulos
em meus olhos.
Caio, rabisquei isso hoje e quando vi seu poema me arrepiei toda.
Você é o cara! Eu sou só uma cara no espelho.
Cláudia S. Lemos, sou nada disso não... Costumo dizer que sou só um escrivinhador metido a besta... outra cara no espelho.
ResponderExcluirEsse tic-tac ao qual se refere é Khronos(alguns dizem Saturno, um dos Titãs), o que devorava os próprios filhos. Não para!
Abraço, grato por sua presença.