6 de jan. de 2015

ESPELHOS DE CAMARIM

Caio Martins
















(img: cvm - célia - 02/2001)

Trago fincados os cacos
da tristeza do que não fiz
das guerras que não travei
dos poemas que não escrevi
do vinho que não bebi
do tango que não dancei
na mulher que mais eu quis...


O mundo não dói, só rói
mansamente camuflado
como seu olhar suplicante
como seu olhar de louca
como o beijo de suas bocas
seus abraços delirantes
do jeito que eu sempre quis... 


Trago fincados os cacos
da tristeza que não me quis
e me olham, azuis assim,
teu olho esquerdo vulgívago
teu olho direito infeliz
multívagos estilhaços
de espelhos de camarim.

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