2 de jan. de 2014

Oceânico

Caio Martins 


Tens, meu amor, em teu olhar
traços de orvalho oceânico
que só os leem sobreviventes
de holocaustos e fins dos tempos
veteranos de amor e guerra
eternos insensatos insolentes.

Deslizo em ti sem que pressintas
e te abraço como um náufrago
contido na boca do pânico
e lamentas e ris e dizes
palavrões e rezas e quebrantos
e me olhas assim sem ver-te
entre delírios, fúria e vaidade...

Tens no olhar fulgores e tormentas
e navego em ti, argonauta solerte
que teme, porém ama as tempestades.

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