10 de set. de 2012

Anjos safados

Caio Martins
















(img: lori - fabian perez)


Não fossem teus senões, teu pejo
teu poeta roubaria um beijo...
Marcaria por teu corpo
expressões digitais, arranhões
uma que outra mordida...

O amor, amor
sufoca, às escondidas...

E vens, como perdida
vestal sem ancestrais
sussurrar o que de cor eu sei:
“- Aceita-me de volta... Pensei
que estivesses com raiva de mim...”

Exalas tanta tristeza
tanta dor e solidão, enfim...

O amor tangencia as órbitas
caóticas de teus anelos
e pisa firme nos freios.

Para! Respira fundo, esfria
chuta a porta, quita
metafísicas, te chama de vadia
metamórfica, sirigaita
e assassina a Poesia.

Enfim, findo o barulho
revéns, tomaste um banho
me tomas da mão, roubas um beijo
e vou...

Anjos safados,
tua sedução e meu desejo.

Nosso amar, amor, perdeu 
o rumo
o pudor e o prumo...

(scs - 10/09/12)

4 comentários:

  1. Caio
    Essas poesias todas, muito inspiradas e lindas, no fundo ou rasante são, sobretudo, homenagens à mulher, à sua beleza, à sua (in)segurança e, tantas vezes, o amor desmedido que exala pelos seus poros. Parabéns. Abraço. Milton Martins

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    1. Exato, Milton... De acertar, o livro será "Mulheres, imagens e poemas". São realmente fascinantes! Forte abraço, me'rmão!

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  2. Belo poema, Caio! É bonito ver como (re)trata as mulheres. Tenho certeza que o livro fará enorme sucesso.

    Beijos

    Márcia

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    Respostas
    1. Márcia, grato por suas palavras. Sabemos da dificuldade que há para publicar literatura, devido o menu da "indústria da arte" que a tudo nivela por baixo. Publicando, certamente o prefácio será seu, o que muito me honraria. Beijos, minha amiga.

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Na busca da excelência aprende-se mais com os inimigos que com os amigos. Estes festejam todas nossas besteiras e involuímos. Aqueles, criticam até nossos melhores acertos e nos superamos.

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