23 de ago. de 2012

ALUAR

Caio Martins

Para Jeanne.
















(img: cvm - nicportman-huble)


A lua, meu amor
torta
corta os céus, mero traço.

Apenumbras...

Em que pese, te percorro a passo
beijo a beijo, impune
me sorves, absolves
e tua volúpia paira instantes
em meus braços.

Luminescências tardias,
imperceptível halo cravam
meus olhos, tua alma,
finas lâminas incertas.

Não era a paixão que querias
nem o amor que eu desejava...

Mas, incontida, ris!
Estilhaças a madrugada
com os cristais de teu riso...
já nada mais preciso
já nada mais importa...  

Em breve, amor, a lua
refringente e oclusa e fria
estará morta.

(scs - 23/08/12)

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