Caio Martins
(img: niko tavernise - portman - cisne negro)
Anjo negro, avassalo
escalo, formo e conformo
teus sentires, teu prazer.
Cubro-te com noite vã
baça e lassa e terçã
lasciva e ímpia e farta.
Mas, partirás de mim, mero
exilado ébrio das trevas
clandestino de teus nichos.
Virá o inferno, luz do dia
que o meu fascínio corrói
e irás lívida e leve e livre...
Eu? Restarei desfeito
borrão imprevisível
entre a alvura dos lençóis...
(scs - 12/05/12)
Da interminável e densa e intensa batalha entre memória e história, o que resta são palavras. Só palavras.
Serão eventualmente garimpadas nos escombros do futuro. Estão convidados, porém, a revirar hoje o blogue pelo avesso.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Categorias, temas e títulos
Anti-horário
(1)
Crônicas
(60)
Elis
(7)
Notas
(2)
Pensão da Zulmira
(19)
Poemas
(111)
Sertão
(4)
Vídeos
(26)
Zero Hora
(6)
a madrugada é um convite nesse lençol de palavras..
ResponderExcluirEster, foram muitas, tantas que nem sei, as madrugadas frias de outono nas quais as palavras, anjos e/ou demônios míticos, insistiram em esperar o nascer do dia. Algumas foram felizes, outras, meros borrões... Abraço, grato pela visita.
ExcluirMaravilha de poema, Caio! É denso, intenso e riquíssimo em imagens. Uma beleza de doer no fundo do peito!
ResponderExcluirObrigada pela partilha, meu querido amigo.
Beijos
Márcia
"Eu? Restarei desfeito
ResponderExcluirborrão imprevisível
entre a alvura dos lençóis..." Tenho medo disso, Caio. A solidão que não é só minha, que me engrandece espiritualmente, apavora-me. É a solidão dos aflitos, dos sem mais nada...
Abração, caríssimo amigo.
Jorge
Desfeito, mas certamente feliz. Meu abraço.
ResponderExcluir