21 de abr. de 2011

PECADOS...

Caio Martins.














(img:cvm - mariann - 1999)


Tivesses, talvez
apagadas estrelas, outros
tempos, ritmos, rituais
não farias, quem sabe
arderem em fúria medíocres átomos
e amebas cruas, partes
atávicas deste universo
elementar.

Porém, ao teu corpo consumir
meus olhos, estruturas,
a textura de meu sexo
meu nexo e sentidos,
pulsaste liberta e vadia,
ilha in(can)descente
de magia essencial.

Mulher...

E depois ficaram
só os traços
de tuas unhas e dentes
teu abraço
de longos braços e pernas,
teu cheiro, o jeito
de menina antiga, (e)terna,
o sabor acre
desta paixão desorbitada,
ancestral.

Soubessem deste delírio
“irreverente-devasso-amoral”
medíocres átomos e amebas
cruas empedradas,
suspeitassem
- os puros, santos e anódinos -
desta loucura atemporal
e seríamos fuzilados...

(26/12/1990 - sb. do campo)

6 comentários:

  1. Lindo poema!

    Quando o amor extravasa os sentidos é digno de viver em plenitude!

    Beijos

    Mirze

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  2. Tudo lindo demais por aqui. Amei! Bjs.

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  3. Esta marcou bem a sua vida, amigo Caio!
    Ficou lanhado, mordido e sem a falta dos abraços que ligam as almas.
    Quem já não passou por isto?

    Abraço,
    Jorge

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  4. Só amor assim, desse jeito que nos contou, fica guardado. Amor 'danado de bom', apesar de ...

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  5. O poema diz tudo: a diferença entre os que amam e guardam na memória e os que apenas "nos encontram" e são esquecidos! Abraço

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  6. Caros amigos, grato por sua presença e participação, estímulo essencial para seguir escrevendo - como dizia Ismal Silva - até um dia aprender.
    Abração a todos.

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Na busca da excelência aprende-se mais com os inimigos que com os amigos. Estes festejam todas nossas besteiras e involuímos. Aqueles, criticam até nossos melhores acertos e nos superamos.

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