24 de jun. de 2010

O MEU AMOR

Caio Martins
Para Jeanne D'Arc













(
img: moon goddess - josephine wall )


Meu amor, amor,
não tem fim
nem tem começo
não tem regra
não tem preço
não tem pressa
ou endereço...

Dirás, amor, que amar

é sempre eterno mar
que pusesse em tua boca
um gosto de sal, de sol
de mel, de maresia.

Que uivarias à Lua

nua, molhada, fugidia
predadora presa em agonia
aos teus infernos, pedindo
que te levassem ao fundo
tumulto de licores e venenos
a rasgar teu chão, teu mundo.

Ah!, meu amor, minha menina...

tão mais singelo seria
nesse amar tão só receios
só o mar, só o amar
lambendo tuas feridas
de tantas idas e vindas
enquanto descanso cicatrizes
de guerra entre teus seios...







14 comentários:

  1. Esse cantar o instante amoroso é inebriente, prova que o amor tem mais facetas do que se possa imaginar,
    esse mar de amor jamais cessa de nos inspirar,
    a poesia nos leva onde quer, e vamos rendidos aos seus encantos!

    Bello.

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  2. Milton Martins24/6/10 21:39

    Caio
    Este poema é muito inspirado e lindo. Quanto diz ele, meu caro, quanto diz. Milton Martins.

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  3. Caio belíssimo. Fiquei sem fôlego...e olha que não é fácil isso. Ah, cuida de teu amor muito bem..


    bjs.

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  4. Aí está uma poesia madura, expressiva e bem costurada.
    Interessante. A parte mais retumbante num poema costuma ser o final. Neste, achei o início, lírico...
    Acertou, Caio.

    Abraços,
    Jorge

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  5. "Que uivarias à Lua
    nua, molhada, fugidia
    predadora presa em agonia..."
    Ai... que dizer depois disso?!
    Absolutamente lindo!
    Queria ter escrito... rsrsrsrsr
    Beijos.

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  6. Ester,ás vezes nos debatemos num momento multicor, esperando pela eternidade monocromática (que nunca vem). Surgem as tormentas. Também são belas.

    Milton, tens toda razão... Diz da saga da condição humana, tão difícil de aceitar. Sem ser confissão, tudo tem de um apelo.

    Ana, cuido, mas ele - o jeito de amar - não tem juízo...

    Jorge, essa foi a intenção: começar forte e deixar o canto esvair-se. Parece que funcionou... Há que agradecer aos Mestres e às Musas.

    Lua, que posso dizer? Não se escreve para si, mas para os outros que, algumas vezes, se integram ao texto. O "Sem Fantasia", do Chico, foi escolhido deliberadamente.

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  7. Teus poemas de amor são belos, Caio. Descansar cicatrizes é uma imagem tão forte... Beijo.

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  8. Menino vadio...
    Que jeito...MAIS BONITO DE DIZER COISAS!

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  9. incrível. um dos melhores textos que já li, parabéns (:

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  10. Caio
    que poemas de amor vc escreve. Me pergunto se existe uma destinatária para eles, ou se é o amor ao amor que te inspira.

    É retórica apenas.....pq o que vale é me deliciar com teus poemas, como se fosse eu essa mulher amada.

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  11. Caio, você está num momento ímpar de sua poesia. O lirismo presente em seus poemas atuais é marcante e toca fundo na alma!
    Não há como resistir a tanta beleza poética. Quer um exemplo?

    "... tão mais singelo seria
    nesse amar tão só receios
    só o mar, só o amar
    lambendo tuas feridas...
    "

    Estes versos me comovem em demasia, pois vejo neles traços de um homem maduro e pronto para se entregar, transformar feridas em cicatrizes.

    Quer mais um exemplo?

    "Meu amor, amor,
    não tem fim
    nem tem começo
    não tem regra
    não tem preço
    não tem pressa
    ou endereço..."


    Parabéns e obrigada por partilhar um sentimento tão lindo e tão intenso!

    Beijos

    Márcia

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  12. Juan, impossível de chegar à perfeição... Mas temos de tentar insistentemente, não importam os resultados. Somos eternos aprendizes, meu amigo.

    Nydia, a imagem só é forte para quem teve o aconchego de um abraço num momento decisivo, não importa em que etapa da vida. Você sabe dessa magia.

    Bárbara, gostou do fundo musical, foi? Eu também! Obrigado por suas palavras, "que jeito mais bonito de dizer as coisas"!

    Liih*, de vez em quando a gente acerta... Sua aprovação muito me honra, conhecendo seu jeito de ser. Grato, piazinha!

    Wall, tem nomes, endereços, certificados de propriedade. Amar o amor é, realmente retórica. E tenho toda a certeza de que é uma mulher amada, por tão amável. Abração, gentefina!

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  13. Márcia, disse a um amigo que somente poderia, com eles, dançar danças de guerra - somos todos "mucho machos", vai que nos achem revirados... Com as Musas, posso dançar uma valsa, um tango, recolher-me entre seus braços. Foi só isso que fiz... Alegorias.
    Tenho de agradecer aos Mestres que admiro, dentre os quais você se destaca. Suas palavras são um privilégio que muito me honra. Beijos.

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Na busca da excelência aprende-se mais com os inimigos que com os amigos. Estes festejam todas nossas besteiras e involuímos. Aqueles, criticam até nossos melhores acertos e nos superamos.

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