25 de ago. de 2009

LAGO


Caio Martins










(img: m. calmont - s.c. do sul /62 - em "mulheres, imagens e poemas - 1999")

Submersos
em tensões arbitrárias
seria mais fácil
ao ter-te sem limites, dito
simplesmente que te amava, para
só depois te fazer chorar.

Mas, ficavas assim,
desvalida
no meu abraço
em calma na qual tudo era tanto,
tão pouco, vaga
e frágil inesperança rara,
tão corriqueira
tão vulgar.

Ficaram as cicatrizes
das palavras indecisas, o corpo
na memória do corpo,
ansiosa busca
de sensações perdidas
silêncios, teu cheiro, gosto
essa insuportável
saudade intangível, tênue,
incidental como um lago
mergulhado
no ar...

3 comentários:

  1. O poeta é cheio de cicatrizes, na sua vida sempre acompanhada de paixões arrebatadoras. Corajosa e bonita confissão, Caio.
    Abraço forte.
    Jorge

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  2. Caio Martins

    Belíssimos versos leio em
    LAGO....

    Fica sim, tudo na memória do tempo,
    Efigênia Coutinho

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  3. Guilherme Jr.30/8/09 20:01

    "... essa insuportável
    saudade intangível, tênue,
    incidental como um lago
    mergulhado
    no ar..."

    Ou seja, saudade chorada alagando tudo, frente o momento perdido, do tipo dos que não voltam mais. Comove, sim.

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Na busca da excelência aprende-se mais com os inimigos que com os amigos. Estes festejam todas nossas besteiras e involuímos. Aqueles, criticam até nossos melhores acertos e nos superamos.

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